Sinto-me
estranhamente estranho
Como
se tivesse sido criado
e
treinado para evitar conflitos
Mas
não para gerenciá-los.
Agora
aqui estou,
Perdido
num labirinto sem fim
Cercado
de dúvidas, medos e inquietações...
Não
me reconheço mais
E
qual um ser que regressa do coma profundo,
Tomado
de assalto pelo vilão da amnésia,
Assim
estou!
As
lembranças são vagas
permitindo,
assim, que lacunas
deem
vida a muitas interrogações.
Nada
parece fazer sentido,
Ter
uma razão
Ou
responder a alguns dos por quês.
Marionete
nas mãos de outrem
Peça
solitária do quebra cabeça alheio
Incógnita
do meu próprio cara a cara
Assim
me sinto!
Olho
a minha volta
Tudo
me parece tão estranho
Nada
faz sentido
Sinto
falta de não sei o quê.
As
pessoas veem e vão
Alguns
se repetem com frequência
Outras
se vão completamente
E
para sempre.
O
cenário se repete todos os dias
Pessoas
veem e vão
Sempre
os mesmos desconhecidos...
Uns
mais próximos, outros nem tanto
Mas
mesmo assim,
estranhos,
distantes, desconhecidos.
Rolo
na cama, no vazio, nas lembranças...
Sinto-me
perdido no vácuo do presente
Realidade,
sonho ou desilusão?
Misantropia!
Não
sei quem sou
ou
quem quero ser
Os
componentes desta realidade não me ajudam.
Me
confundem... me angustia.
Mais
uma vez olho à minha volta
Tudo
permanece como antes...
Nada
parece mudar
apesar
do mundo girar do lado de fora.
Não
faz sentido!
A
razão se perde nas lacunas das lembranças...
Torno
a rolar no vazio da minha cama.
Nada
está como antes.
Sinto
falta de não sei o quê
esquecido
no silencio.
Amarrado
ao tempo que não passa
Prisioneiro
do vazio das lembranças.
O
mundo gira lá fora
pessoas
veem e vão a todo instante
Sinto-me
perdido.
Não
me reconheço mais
Nada
parece fazer sentido
Continuo
fingindo, fugindo...
As
pessoas vão e veem
E
o mundo continua girando lá fora.