sábado, 20 de outubro de 2012

Do Lado De Fora...


Sinto-me estranhamente estranho
Como se tivesse sido criado
e treinado para evitar conflitos
Mas não para gerenciá-los.

Agora aqui estou,
Perdido num labirinto sem fim
Cercado de dúvidas, medos e inquietações...

Não me reconheço mais
E qual um ser que regressa do coma profundo,
Tomado de assalto pelo vilão da amnésia,
Assim estou!

As lembranças são vagas
permitindo, assim, que lacunas
deem vida a muitas interrogações.
Nada parece fazer sentido,
Ter uma razão
Ou responder a alguns dos por quês.

Marionete nas mãos de outrem
Peça solitária do quebra cabeça alheio
Incógnita do meu próprio cara a cara
Assim me sinto!

Olho a minha volta
Tudo me parece tão estranho
Nada faz sentido
Sinto falta de não sei o quê.

As pessoas veem e vão
Alguns se repetem com frequência
Outras se vão completamente
E para sempre.

O cenário se repete todos os dias
Pessoas veem e vão
Sempre os mesmos desconhecidos...
Uns mais próximos, outros nem tanto
Mas mesmo assim,
estranhos, distantes, desconhecidos.

Rolo na cama, no vazio, nas lembranças...
Sinto-me perdido no vácuo do presente
Realidade, sonho ou desilusão?
Misantropia!

Não sei quem sou
ou quem quero ser
Os componentes desta realidade não me ajudam.
Me confundem... me angustia.

Mais uma vez olho à minha volta
Tudo permanece como antes...
Nada parece mudar
apesar do mundo girar do lado de fora.

Não faz sentido!
A razão se perde nas lacunas das lembranças...
Torno a rolar no vazio da minha cama.
Nada está como antes.

Sinto falta de não sei o quê
esquecido no silencio.
Amarrado ao tempo que não passa
Prisioneiro do vazio das lembranças.

O mundo gira lá fora
pessoas veem e vão a todo instante
Sinto-me perdido.
Não me reconheço mais

Nada parece fazer sentido
Continuo fingindo, fugindo...
As pessoas vão e veem
E o mundo continua girando lá fora.

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